Eva e Adão sucumbiram à tentação de querer ser mais do que podiam ser; a serpente representa a possibilidade dessa tentação. Os construtores da torre de Babel, assim como os Titãs, Prometeu e Ícaro, quiseram se colocar indevidamente no lugar de Deus; também eles sofreram o castigo humilhante de uma queda. Segundo a Bíblia, a árvore proibida era a do discernimento entre o “bem” e o “mal”; ora, esse discernimento, ou essa diferença, já faz parte da própria natureza do Ser, sua origem não poderia, por consequência, estar na criatura; reivindicá-la para si é querer ser igual ao Criador, e é essa a própria essência do pecado; de todo pecado. O pecador, com efeito, decide o que é bom, em oposição à natureza objetiva das coisas; ele se engana voluntariamente sobre as coisas e sobre si mesmo, de onde a queda, que não é senão a reação da realidade.
A grande ambiguidade do fenômeno humano reside no fato de que o homem é divino sem ser Deus: alcoranicamente falando, ele dá nomes a todas as criaturas, e é por isso que os anjos devem se prostrar diante dele; a não ser o Anjo supremo, o que indica que a divindade e, por consequência, a autoridade e a autonomia do homem são relativas, ainda que “relativamente absolutas”. Assim, a queda do homem como tal não podia ser total, como o prova a priori a natureza, e o destino, do patriarca Enoque, pai de todos os “pneumáticos”, se assim se pode dizer.
Schuon, O Jogo das Máscaras, tradução inédita de Le jeu des masques, l’Age d’Homme, Suíça, 1992.
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