
Não é de surpreender que para o sincerismo em moda o segredo seja coisa detestável, pois, desse ponto de vista, ser sincero é não esconder nada, e esconder alguma coisa é ser desonesto ou hipócrita. Ora, por razões evidentes, o homem tem um direito natural ao segredo: ele tem o direito de não mostrar um sentimento que só diz respeito a ele e, a fortiori, uma graça espiritual; um santo pode querer dissimular se não suas virtudes, ao menos sua santidade. A sinceridade consiste, portanto, menos em se mostrar em todas as coisas tal como se é do que em não querer parecer mais do que se é; o que não se poderia censurar ao dignitário investido de uma função social ou espiritual, pois suas atitudes normativas se referem ao princípio que ele representa, não à sua individualidade.
Para a mentalidade “de nosso tempo”, ao contrário, a sinceridade é a vulgaridade, e inversamente; o que pressupõe a opinião de que o homem é normalmente vulgar; assim, a vulgaridade tornou-se quase oficial. No entanto, a dignidade está ligada à piedade, ao amor tanto quanto ao temor; mesmo o pecador tem direito à dignidade visível, ou seja, ela se impõe a ele porque ele é homem “feito à imagem de Deus”, apesar de sua insuficiência ou de sua traição. Por certo, há homens perversos que afetam maneiras dignas — impostores, por exemplo —, mas eles o fazem por falsas razões, portanto por hipocrisia; a verdadeira dignidade não poderia ser afetada, ela é sincera por definição. O homem é nobre na medida em que ele se identifica com o principial e, portanto, com o necessário; com o arquétipo, não com o acaso.
Schuon, O Jogo das Máscaras (inédito em português), capítulo “Da Intenção”.
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